terça-feira, 8 de dezembro de 2009

May Scrap e Johnny Pepper




E num requebrado, tornou-se de May Scrap seu eterno namorado. Eterno sim. E em seu quadrado, pôs-se a suspirar por aquela dama de cetim.
Ela alternava entre Elvis, entre Maysa, e à la Carmem requebrava. Sangue fervia. Ele a almejava, aplaudindo ao final de toda louca melodia.
Ao findar das canções, o espaço esvaziou-se de quase todos corações. Sobraram dois. E sem uma ou duas razões, May aproximou-se dele três segundos depois.
E o music bar foi insuficiente para tanto sangue a pulsar. Tudo tão sem defeito. De ardor encheu-se o ar. Queria-o mais que tudo, queria-o de todo jeito.

Eis que então, beijaram-se de súbito, rangendo os lábios de paixão. Foi intenso, May afagou-se com um lenço, num minuto imenso.

‘Como chamas?’ ‘Chamo-me Johnny Pepper, que há muito tanto amas.’ Clarão forte de luz. ‘É o dono de tantas famas?’ Ele ignorou com um beijo ao som do blues.
Como toda artista, tinha May um camarim na periferia de sua vista. Como num cinema. Johnny, um ensaísta, ofereceu um Vogue para uma noite plena.
Uma noite indecente foi embalada pela passion de um casal carente. May disse please. E em sua mente, Johnny Pepper sossegou-a até sorrir feliz.

Amanheceu, e o coração de Johnny de sua musa se esqueceu. Because the love logo se move quando em tudo chove.

May voltou ao Rio.
Johnny sorriu.
May fugiu do norte;
Não teve sorte.
May cantou Come Back
E abriu um leque
Para lembrar-se de Pepper.

12 comentários:

  1. O que importa é que o pouco que foi vivido eternizou-se pela intensidade.

    Muito belo, Bertonie. Poesia em prosa. Adorei!

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  2. eu gosto do jeito que escreve, parabéns :D

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  3. mto bonito! :_) e escreve muuito bem

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  4. Ficou bom mesmo :)
    Uma história de amor dramática, minha cara haha
    Beijos!

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  5. Muito bom!

    entre eles ficou só a saudade.

    abraçoxx

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  6. Gosto quando você une poesia e prosa :D

    May fugiu do norte e Pepper entrou pro Lonely Hearts Club Band!

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  7. Se isso fosse música eu cantava alto!
    ficou irado!
    cara mt bom mesmo

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  8. Muito perfeito ...
    Todo um ritmo, cadência... como um samba, com uns toques de tango, uma levesa. Amei.

    Perfeito!
    ;**

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  9. E não é que vc tem o dom pra coisa?! Gostei... eh! bastante

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  10. Meu, adorei o texto!
    O ritmo foi muito interessante, e me senti uma transeunte de filme de época. Tudo pareceu meio dançante, e essa história-poesia me embalou *__*
    Ah, sem querer ser chata nem nada o texto está perfeito, só que tem um erro de ortografia bem bobinho - bertonie, lenço é com Ç, não S!
    SHAUSHAUSHAUSH'
    Tirando isso, achei esse conto perfeito.
    Beijos e, Bertonie, adoro tuas histórias :D

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  11. Que original esse blog!
    Leva jeito hein!

    beijinho

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  12. Hum, interessante, mas quais serias o nomes reais deles...

    Fique com Deus, menino J. Bertonie.
    Um abraço.

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Caso o hóspede não aproveitou dos serviços desse hotel, a equipe do Hotel de Papelão acha melhor não usufruir dos meios de comunicação aqui presentes. Atenciosamente, Bertonie e Sam.
Resumindo: não leu, dá meia-volta e abraça a pessoa mais próxima. Mas não comenta. Beijo, nos liguem.